Provavelmente você já leu notícias ou já ouviu alguém comentar a respeito de energia solar, afinal é um meio de geração e energia cada vez mais comum no país. Mas você entende o processo em que a energia do sol é convertida na energia elétrica que usamos no dia a dia?
Neste post iremos explicar esse procedimento de forma simplificada e didática, para que mesmo aqueles mais leigos no assunto de energia possam entender o funcionamento básico do sistema, o que lhes será de grande utilidade para analisar as propostas de projeto do seu sistema de geração fotovoltaica. Afinal, cliente satisfeito é cliente bem informado!
CAPTAÇÃO DA LUZ/ENERGIA
O equipamento responsável por captar a energia do sol são os painéis fotovoltaicos, aquelas placas que são instaladas no telhado da casa (ou dispostas em “mesas” de suporte, no caso de usinas em solo). Cada placa é subdividida em várias células interconectadas, que são compostas de um material que produz corrente elétrica ao receber incidência de partículas de luz (fótons).
No entanto, essa corrente gerada é do tipo contínua (CC), enquanto a rede que abastece nossas casas é do tipo alternada (CA). É necessário então fazer a conversão dessa energia, para que possa ser utilizada, o que será explicado nos tópicos seguintes.
CONVERSÃO DA ENERGIA
O equipamento responsável pela conversão da energia gerada pelo painel para a corrente alternada é o inversor solar. Ele funciona como uma interface entre os painéis e a rede de distribuição, fazendo com que a energia gerada convertida esteja em fase com a rede.
É fundamental que seja realizado o correto dimensionamento das proteções da instalação tanto da parte CC (pré inversor) quanto da parte CA (pós inversor).
CONEXÃO COM A REDE ELÉTRICA
A conexão entre a instalação interna e a rede elétrica da distribuidora se dá através do medidor, onde registra-se o valor de consumo para faturamento. Este equipamento pertence a distribuidora e quando registrado o sistema de geração distribuída, deve ser trocado por um medidor bidirecional, que recebe essa nomenclatura por ser capa de ler a energia que flui em ambos os sentidos:
Casa -> Rede Distribuição (sistema gerando mais do que está sendo consumido internamente)
Casa <- Rede Distribuição (consumo interno maior que a geração do sistema)
USO INTERNO E CRÉDITOS DE ENERGIA
É possível subentender então que em momentos de pico de geração (sol a pino) parte da energia gerada pelo sistema é consumida instantaneamente pelas cargas da residência, enquanto o restante é injetado na rede de distribuição.
Em contrapartida, a noite quando não há geração, a rede da distribuidora irá abastecer sozinha as cargas da instalação da residência.
O medidor bidirecional registra os montantes de energia injetado e consumido, sendo o faturamento realizado com base na diferença entre os dois no mês de referência. Caso o valor consumido tenha sido maior que o injetado, o cliente pagará este consumo segundo as tarifas vigentes. Caso a energia injetada tenha sido maior, essa diferença será convertida em créditos de energia para o cliente, que poderão ser utilizados nos próximos 5 anos.
O uso desses créditos é feito de forma automática, ou seja, nos meses em que o consumo for maior, no lugar da cobrança na fatura de energia, haverá a descrição de utilização dos créditos de energia acumulados.
Esse artifício é de suma importância, dada a sazonalidade da radiação solar. Com isso, o sistema de geração deve ser dimensionado considerando uma média de consumo e insolação em determinado período (normalmente anual), para que o balanço entre geração e consumo de créditos neste período seja equilibrado, evitando tanto a cobrança de consumo ao cliente quanto o acúmulo excessivo de créditos de energia.
A PRESENÇA DO SISTEMA INTERFERE NA MINHA ROTINA?
Não! O fornecimento das cargas da instalação elétrica não muda em nada após a instalação do sistema de geração fotovoltaica. A energia gerada pelos painéis possui as mesmas características daquela entregue pela rede de distribuição, não havendo, portanto, perca de potência ou mudança no regime de uso dos seus equipamentos!
A geração distribuída agrega inúmeros benefícios tanto ao consumidor quanto a rede de distribuição, sendo um ótimo investimento para todos os tipos de consumidores. Cada vez mais acessível aos pequenos consumidores, a energia solar tende a continuar com uma taxa de crescimento acelerada nos próximos anos, contribuindo para que a matriz energética brasileira torne-se cada vez mais renovável e diversificada.
Por: Yasmin Sampaio
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